segunda-feira, 2 de abril de 2012

Drunkness is cowardice, soberty is loneliness...

Vive analisando sua própria vida de cabo a rabo, procurando pontas pra virar o jogo pra pior, pois teu prazer no desconforto te conforta. De longe acompanho teu jeito, te analiso e te como com a mente, sempre caminhando pelos cantos, procurando qualquer sinal onde teu masoquismo se afaste, mas o vício da dor é sempre mais tênue, o costume de acentuar teus castigos até onde não lhe é de todo castigado. Pobre rapaz, ainda na flor da idade cita frases de um poeta amargurado que sonha em reviver tua bela infância, mesmo essas citações não lhe confiram desejo algum de retornar em algum ponto de felicidade da tua vida, pois nem que se fosse possível, você aceitaria tal proposta. Preferes profetizar que a vida lhe promete o mundo, enquanto o mundo lhe promete toda a vida que a juventude te reserva, mata-te aos poucos em cada grito de desilusão que solta de sua boca. Preferes no fim viver assim, acreditando que não há mal algum em ser como é, e encolhe-se na tua mente atrás de um trago barato, bebida vagabunda, ou qualquer substância que te alteres e te traga a um estado longe do natural, e ainda assim, teu vício se encontra na dor. Preferes então ‎se jogar as pestes, a focar-se no sério e problemático, criando então um cenário onde é forçado a procurar uma saída, uma distração... E a sua distração preferida baseia-se na quantidade de contatos físicos sexuais trocados por pessoas desconhecidas, como um jovem menino que se desespera para conhecer os sabores dos corpos, dos rostos e das vidas as quais você não tem a mínima intenção de levar a nada mais que uma cama, limitando-se no máximo há alguns minutos, horas ou dias de prazeres momentâneos que enchem o vazio do seu corpo, seguindo assim uma vida vaga, obrigando-se a se esconder atrás de objetivos, buscando algo que te preencha, ainda que de dor, pois não acredita no "bom"... E depois ainda se pergunta que mal fez a deus por tamanha falta de amor e pelo excesso de lágrimas, acreditando que a única coisa que te fez bem foi mera ilusão, pois se esconder é sempre mais fácil que curar feridas pequenas e infantis, ainda mais quando se tem quem concorde. Por isso corra, garoto, force essas pernas virgens, e corra. Corra pros braços de cada desconhecido que te ofereça o físico, corra pra cada estranho que consuma sua juventude, corra enquanto houver chão, e quando cansar-te e cair-te de joelhos no chão, olhe para trás e chore, e saiba que o que te moveu foi aquilo que concorda e apoia-te. Lembre-se, criança, lembre-se a cada língua que tocar teu corpo, a cada dedo que encostar em tua pele, a cada boca desconhecida que beijar que jamais conseguirás viver a vida que tanto desejas, pois a base de tudo está negligenciada por motivos pequenos, transformando numa cadeia de eventos desenfreados e errôneos. É uma pena, meu menino, que eu tenha te deixado caminhar-te por ti, sem saber onde estava ou pra onde iria... sinto muito, meu garoto, nessa "cada um por si" todos nós perdemos, e pra minha tristeza, você ainda não se dá conta.