quinta-feira, 27 de junho de 2013

Streets With No Lights

O caminho que eu escolhi não me traz esperança
Não há nada além do silêncio, e algumas vezes pânico
Eu carreguei e derrubei coisas tão preciosas e importantes
E talvez ainda faça isso constantemente
Mas esse foi o caminho que eu escolhi
O caminho para chegar em lugar algum
Ruas sem luzes
Pessoas sem rostos
Cidades sem nomes
Não há peso
Não há sufoco
Não há cores, não há preto e branco
Há solidão, algumas vezes... ou muitas vezes
Mas não há como voltar
Não há pra onde ir...
Mas esse foi o caminho que eu escolhi

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Just So You Know

Imagina uma paisagem
Sentados em um parque a beira do lago
A beira de um fim de tarde
Seus tênis ao lado do meu violão
Nossas bolsas.
Eu a observo então
Linda como é, quase foge ao toque humano
Eu não pertenço a ela, e ela não me pertence
Eu não pretendo modifica la
Simplesmente a aceito como e
Pois sei que a cada minuto ela muda por si só, e não há porque me fixar no que ela foi, e não aproveitar o que ela é e o que sera
Eu não dependo dela, assim como ela não depende de mim
Não somos um só
Não espero que ela esteja aqui por mim sempre, pois sei que dias nublados virão
Ela não espera que eu esteja aqui sempre, pois minha rotina não permitiria
Não há expectativas
Idealizações
Obrigações e deveres a serem cumpridos
Há apenas a tranquilidade de cada segundo juntos
Em um determinado momento nos separaremos
Não só fisicamente
Não só metafisicamente
Aceitar que ela ira desaparecer assim como surgiu me faz valorizá-la.
Entende agora o que é o amor pra mim?

sábado, 1 de junho de 2013

"Viver absurdamente para acabar com os absurdos..."

E eu moro bem aqui, horizonte a frente. Há tempos sento olhando a linha perguntando se é de paralelas infinitas que o mar se toma. Há tempos me guio por um norte pra ver se o horizonte me toma numa cruzada de caminho sem volta.

E não toma.

Hoje eu sentei numa faixa que não é mais de areia. Olhei pra frente e o que tinha já não era mar. E me perguntei se o caminho das nuvens ainda era possível. Se o abismo do céu ainda suportava o peso de mais um corpo que se jogava, ou se o fato de ser peso não era mesmo (como antes suspeitava) um problema do ar.

A resposta: um raio e uma nuvem preta revelando em cores e cobrindo em chuva metade do que achava ser uma sombra no céu. E a surpresa: não era sombra, era sólido. Não era treva, era caminho.

Fui ao sul revelar o que não é mais horizonte. O caminho, ao contrário do que indicavam as pedras, ia por elas, com elas, sobre e sob elas. O caminho não era mão única - dessas monótonas, solitárias e cheias de questões de obediência - mas dispersa, variável, mutante e coletiva. Não de um coletivo que despreza a palavra de apoio, o zelo do amigo, o reconforto do desabafo. E público.

Nesse dia entendi que estou em terra firme e agradeci por não ser a distância o oceano. Pelo menos por aqui eu posso andar - já que eu não posso e nadar eu não sei.

E a chama acendeu.